Tal como quando se ouvem mentiras com os olhos do coração.
Devia ter oferecido a outra face ao invés de me deixar levar pela fúria das entranhas revolvidas.
Percepção e opinião podemos ter e dar para o que convém, conforme escutei desde o primeiro impacto; trancas à porta e casa vazia, na Secretaria o disse que disse e quando o Sr. Torres tem a gentileza de vir ao meu encontro, diz que disse e não sabe das coisas, depois já disse que disse e a Banda (o novo projecto) é que tirou as coisas e o CCRAM não sabia, depois lá disse que disse que afinal era o CCRAM que tinha tirado as coisas, depois foi a Banda... disse que disse... e agora neste comentário ao post, afinal tem as marionetas e outras coisas guardadas... Não recusei retirar nada, perguntei pelas coisas, e primeiro não sabiam, depois já sabiam, e uma já eram do CCRAM como a situação da bancada de carpinteiro que vem da minha infância, oferecida pelo meu pai. Como não tinha transporte para a levar pedi para a vir buscar posteriormente e lá me deram uns dias, é o mínimo que podem fazer se é que não dizem que disseram e mudam de ideias entretanto. Para todos os efeitos, que comunicasse formalmente a combinar o dia para lá ir, estou a tratar deste assunto, aguardando a cedência do transporte com companheiros para que se mobilize uma bancada de carpinteiro a favor da criação, mas se demora muito tempo lá se vai a bancada.
Sim, telefonei para a policia porque dada a situação queriam dar-me 15 minutos para tirar o resto das coisas ou fechavam o portão e já não saía com o carro. Visto esta ameaça tive de dar resposta.
Sim, contei os factos a um advogado porque não acho isto um procedimento normal e queria saber o que podia fazer uma vez que corria o risco de perder o pouco que ficou e estava perdida no meio de tanto disse que disse.
Sim, partilhei esta história ‘JÁ ERA E SEM AVISO’ porque se consideram o disse que disse um aviso, lamento não estar na mesma frequência e quero partilhar esta situação triste e surreal para abrir a pestana.
Quando vim para o Alentejo não tinha rede no meu contacto, por isso mudei de rede e comuniquei por diversas formas a alteração, durante o Interculturas de 2011 reforcei no CCRAM a comunicação do novo contacto, bem como partilhei, inclusive no stand da feira organizada dentro do Pavilhão do CCRAM, o que se estava a passar com o MACAPI ali e na Aldeia das Amoreiras.
Já o disse, as nossas actividades foram reduzidas no CCRAM, anunciamos esta situação no Equinócio de Outono de 2010, celebração da ramificação na Aldeia das Amoreiras e inicio do VivAldeias. O CCRAM foi convidado, como sempre o era, sabia que tínhamos ainda espólio na Casa das Artes e que a nossa intenção era de ramificação, mantendo actividades ali, no entanto, a partir do Verão, com os afastamentos por parte de elementos fortes, entendemos que o MACAPI está onde o levamos. Sabíamos interiormente que a Casa de Madeira já não era o nosso local, mas o CCRAM permitia-nos manter a ponte, só não sabíamos que era uma máscara aplicada ao interesse da direcção e associados, de tal forma que nos negligenciaram para o seu próprio bem.
Creio que a última vez que estivemos na Casa de Madeira foi em Agosto, antes do Andanças, também lá tínhamos estado em Julho para uma actividade numa escola vizinha, e em Junho houve teatro no Auditório do CCRAM - Alfanuí o Eco dos Montes, dessa vez não pude lá estar devido à greve dos comboios. Afinal até somos uns quantos... mas até aqui nada foi comunicado e tudo decorria com naturalidade, tendo nós perfeita autonomia para ir à Casa de Madeira levar e deixar cenografia, sem avisar, nunca o fizemos, por isso, no dia 18 de Novembro deu-se a situação normal de chegar e levar cenografia, mas encontrar a situação anormal de, por terem dito que disseram, nos despejarem sem o mínimo de respeito quer por nós, quer pelo nosso material, assumirem que estão no seu direito e que procederam correctamente.
Curioso que de todas estas últimas vezes que ia à Casa das Artes, ia trazendo coisas comigo para o Alentejo e preparando outras para virem, durante os tempos de Inverno, estava tudo intacto, não houve danos de chuva dentro da Casa, além dos problemas que já tínhamos comunicado ao CCRAM, tudo estava bem.
Também não entendo, o CCRAM recebe subsídios destinados à Cultura e Desporto, não será para essas mesmas despesas?
Tudo quanto o CCRAM nos facilitou em termos de divulgação foi para actividades destinadas à dinamização local, contribuição para actividades promovidas pelo MACAPI no CCRAM e dos espectáculos à bilheteira sempre demos a percentagem destinada ao CCRAM, já quando actuávamos no Interculturas, era sempre o disse que disse, aconteceu até o resultado de: afinal não temos verba mas depois podemos compensar...
Temos a repetir sim, o agradecimento à Junta de Freguesia de Corroios que nos permitia imprimir fotocópias de cartazes para divulgação nas escolas para virem assistir a Teatro de Marionetas no Auditório do CCRAM.
Que necessidade de receber louros?
Não consideramos o CCRAM melhor ou pior, mas sim, igualmente importante e merecedor do mesmo respeito, o meu insulto vai para a simples situação, sabiam exactamente onde eu estava, se para acertar actividades como o Intercultras de 2011 tudo decorreu, então numa situação destas não conseguem entrar em contacto? Dizem que disseram? O mail foi para o lixo, certo? Então e eu não deveria ter recebido esse mail na caixa do correio? E a Banda? Tão preocupada em se instalar não se preocupou sequer em saber de quem eram as coisas que estavam a usar? Entre outras situações... é que nem vale a pena argumentar, não vai passar disso, agora digo eu, agora dizes tu, disse que disse... eu penso assim, ele pensa assado...
Quando vim para o Alentejo não pude acompanhar a Ana no trabalho desenvolvido com a APEDV, a Sofia substituiu-me e ambas fizeram um trabalho lindo, na APEDV trabalha a amiga Filomena que segundo disse, que disse à companheira Ana o que o CCRAM pediu que se disse-se, a Ana disse que ia para Angola, um sonho antigo, tão antigo quanto a nossa estrada de companheiras. Conversamos sobre esse disse que disse dito pela amiga Filomena e não considerámos que esse disse que disse fosse um aviso: tirem as vossas coisas ou tiramos nós, entendemos sim que estávamos ausentes e íamos ficar ainda mais, o CCRAM queria avançar com as obras e precisava que a casa fosse esvaziada, por isso a Ana pediu à Filomena que entrassem em contacto comigo porque a Ana já estava de abalada e sim, o MACAPI mais cedo ou mais tarde também. Que entrassem em contacto comigo para expor e acertar a situação.
Posto isto, aguardei, quando ia ao CCRAM, principalmente nas últimas vezes, Julho e Agosto, cruzei-me com o Sr. Torres e outros membros do CCRAM, ninguém disse nada; olá, bom dia, então o Alentejo? e por cá? ... Estava descansada, não senti nem fui informada correctamente de que tinha de retirar tudo porque queriam dar a sala a outro grupo, assim, de cada vez que lá ia-mos, retirava-mos espólio, aguardava que me dissessem que iam começar as obras e saber até onde queriam continuar a colaborar, ou que nos colaborasse-mos. Iam demolir a Casa de Madeira visto o seu mau estado. Sim, nós acompanhámos as obras de beneficiação do CCRAM, e estávamos a par do projecto para reabilitação do Parque de Merendas, projecto que incluía a demolição da Casa de Madeira.
Assim, muito espólio já eu tinha trazido para o Alentejo, a Sofia preparava um cantinho em Ourém para receber outro tanto, e como um bom movimento logo se encontraria um canto para cada coisa.
A Casa das Artes já se tinha despedido de nós, talvez o tivesse feito quando o Moinho desapareceu, quando cortaram os pinheiros e construíram à força da vontade uma nova sala para mais actividades, mais grupos, mais, mais... Despediu-se quando vim para o Alentejo, quando a Sofia decidiu ir para Ourém e a Ana para Angola, quando o CCRAM assim o entendeu e não se dignou a proceder correctamente, ao invés de comunicar as suas verdadeiras intenções, tratou a situação com a sua naturalidade: eles foram-se embora e deixaram isto aqui, já dissemos que dissemos e agora há uns míudos, sócios, que são uma banda e que querem um espaço para estar, vão para lá e instalem-se, eles foram-se embora e deixaram aí as coisas, é pá, não sei, vejam lá isso pá... não conseguimos entrar em contacto...
Nunca fui associada do CCRAM porque isso não validava mais a minha entrega, da mesma forma que o CCRAM nunca assinou o protocolo de cedência a utilização de espaço. Palavras bonitas para quê?
O MACAPI é um Movimento, não é uma Associação, nem uma Cooperativa, é um grupo livre e independente, representado por quem o põem a mexer.
Sim, fui eu que comecei, em Outubro de 2006, fi-lo porque tenho plena consciência de que hierarquias, sistemas e afins lucrativos não me dizem nada, fi-lo para criar um chão onde eu e quem quer que quisesse, pudesse caminhar, explorar, aprender, trabalhar, partilhar...
A companheira Ana Mendes caminhou durante um bom tempo, mas como ela, tantos outros companheiros, amigos, inimigos, pessoas, seres que em determinados momentos cruzaram caminho, por dias, por trabalhos em conjunto, por performances, por semanas, por meses, por projecto, por espectáculo... e a vida tem disso, cruzares de caminhos, caminhos que nos levam a pessoas, a locais, a experiências, a evoluções.
Quando chegamos ao CCRAM éramos 5, depois separa-mo-nos porque tínhamos ideias diferentes e queríamos fazer coisas diferentes, mais concentrados nas respectivas áreas, um desses companheiros ficou no espaço da Casa de Madeira, antes de mais, a Casa das Artes.
Antes do CCRAM era um, depois 2, depois 3, 4 5, 6... 5, 6, 4, 3, 2,... depois eu e a Ana continuamos com o MACAPI e seguimos com o trabalho que tínhamos com diversos companheiros e parcerias, a nós juntou-se a Sofia Ferreira e a Ana Montêz para movimentar e dinamizar.
Penso que não temos motivo para dar ênfase ao quanto o CCRAM foi significativo no caminho do MACAPI, antes do CCRAM houve outros espaços, durante e depois outros espaços já nos abraçam, espaços esses bem mais semelhantes, espaços onde a cooperação é vivida no dia a dia e não na fotografia, é comum e não explorada em beneficio da melhor posição.
Desfrutámos bons momentos naquele espaço e agradecemos por eles no seu devido momento, os agradecimentos não se guardam para o fim da história, manifestam-se naturalmente, agradecemos por todos os momentos na altura em que se proporcionaram e lamentamos não poder agradecer o último contacto, pois não nos deram oportunidade uma vez que nos trocaram a fechadura e despiram de pertences, criando um disse que disse que não leva a lado nenhum a não ser uma grande chatisse!
Há que dizer em vida, não chorar depois da morte.
De nada adianta dizer o que, desde Junho de 2008 a Novembro de 2011, o MACAPI fez bem, o CCRAM fez bem, o que o MACAPI fez mal, o que o CCRAM fez mal, quem fez melhor, quem fez mais... de nada adianta apresentar uma queixa na Policia uma vez que a Justiça não funciona, nem avançar com um Processo porque não é possível repor o que se perdeu.
Não adianta dizer o disse que disse.
Assim sendo, fica tudo em água de bacalhau, à bom português...
O MACAPI segue, como sempre seguiu nesta estrada, tranquilo, consciente, de alma leve, como bola colorida nas mãos de uma criança... sabemos entender os ciclos das coisas, o ciclo da vida-morte-vida das coisas, o processo de transição.
Este manifesto marca o pontapé de saída e o golo no regresso às origens.
Outono de 2011, depois de Samhain, a morte para o renascimento, 5 anos neste movimento que comecei a 19 de Outubro de 2006.
A 19 de Novembro de 2011 passa por mais uma metamorfose e segue em transição.
A companheira Ana Mendes está nas terras quentes, a companheira Sofia Ferreira está nas terras mágicas, a companheira Ana Montêz está na luta, eu estou na Aldeia das Amoreiras.
MACAPI termina um ciclo de 5 anos e transforma-se e transita para um processo renovado.
Cada um que até aqui navegou, segue agora as suas experiências, eu mantenho-me como leme deste barco, levando e trazendo companheiros, indo e sonhando em cada viagem, por vezes largo o leme, sabe bem erguer as velas e navegar ao sabor do vento.
É um projecto com vida, tem tanto tempo quanto o tempo tem.
Tudo quanto foi realizado nestes 5 anos foi concebido com muita entrega, com muito investimento, com muito amor à camisola.
Foram 5 anos, estão prontos para seguir viagem e contar a sua história.
Venham mais cinco!
Agora no mar do Sul.
No Alentejo, na Aldeia das Amoreiras, do trilho das origens ao saltimbanco d’aldeia.
O que foi é exactamente isso, o que foi.
A base é agora a Residência Criativa na Aldeia das Amoreiras, os companheiros seguem as suas estradas e certamente nos cruzaremos em momentos de celebração, em momentos que nos unem na essência, em momentos de recordar aventuras deste movimento.
Este blog termina aqui e um novo nasce.
Termina com 2011 a Casa das Artes
e
Nasce com 2012 a Residência Criativa.
MACAPI
Movimento Animação Cultural
Arte Para a Infância
Arte Popular Ibérica
Arte Popular Ilimitada
Arte Produção Independente
Amor Paz Infinito
Sonho: Isabel Silva
Companheiros que pelo movimento passaram contribuindo com a sua arte: Fernando Costa, Maria João, Susana Otão, Alcides Miranda, Ana Mendes, Sofia Ferreira, Ana Montêz, Isabel Bernardes, Eduardo Costa , Luisa Figueiredo, Hugo, Joana, Nuno, Marco, Danubia, Bombaja, Tiago Amado, Zé Maria, João Vasco... as nossas crianças... tantos amigos e amigos dos amigos que nos acompanharam... entidades que nos acolheram... espaços que nos receberam...
Foram 5 anos fantásticos!
Venham mais cinco, duma assentada que eu pago já
Do branco ou tinto, se o velho estica eu fico por cá
Se tem má pinta, dá-lhe um apito e põe-no a andar
De espada à cinta, já crê que é rei d'aquém e além-mar
A gente ajuda, havemos de ser mais
Eu bem sei
Mas há quem queira, deitar abaixo
O que eu levantei
A bucha é dura, mais dura é a razão
Que a sustem
Só nesta rusga
Não há lugar prós filhos da mãe
Bem me diziam, bem me avisavam
Como era a lei
Na minha terra, quem trepa
No coqueiro é o rei
Não me obriguem a vir para a rua
Gritar
Que é já tempo d' embalar a trouxa
E zarpar